Juízes de linha e reservas usavam máscara, pessoas chegando sem mostrar o sorriso. Os dois metros de distância entre os torcedores esfriavam a reação da torcida. A retomada do público ao voleibol mais a reinauguração do Guanandizão não foram nada comuns.

Neide Barreto, fã do esporte, não via a hora de poder participar de um evento como esse. “Para mim está sendo maravilhoso nunca estive em um jogo grande assim”, revela.

Sobre as adequações ela aprovou dizendo que são necessárias, principalmente para pessoas na idade dela.

E eram muitas as medidas de biossegurança. Além de brigadistas da Fundação Municipal de Esportes (Funesp) era possível contar pelo menos 30 fiscais da Secretaria de Municipal do Meio Ambiente (Semadur).

Ainda na organização, fiscais da vigilância sanitária em cada uma das entradas garantiam que as medidas eram seguidas à risca.

Fechando o time de profissionais da organização, servidores da Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte), auxiliavam na condução dos convidados aos lugares marcados e garantiam que ninguém se descuidasse.

Apesar de o decreto municipal liberar a presença de público em 30%, o Diretor presidente da Fundesporte, Marcelo Ferreira Miranda, afirma que a organização trabalhou com 10% por uma questão de segurança.

Segundo ele, “essa é uma oportunidade para o estado mostrar que temos competência para receber a Liga Mundial de Vôlei em Junho de 2021 e que existe uma fórmula de evento para retomada do público aos grandes jogos”.

O dirigente afirma que as exigências da Confederação Brasileira de Vôlei eram muito altas e para o esforço conjunto feito entre governo do estado e prefeitura foi essencial.

Em clima mais aliviado, Marcelo Ferreira Miranda revela que a tensão das chuvas durante a semana mexeram com a organização. “No final acabou sendo positivo porque tivemos tempo para nos ajustar para o jogo e esperamos uma festa nesta noite”.

O técnico da seleção Brasileira, Renan Dal Zotto, comemorou a presença de público. “Para o atleta, para o espetáculo, é muito importante. É outro clima. Eu já vi jogo sem público e não é tão interessante. Está todo mundo de parabéns, até porque o público tá se comportando muito bem e respeitando”.

O Jogo

Quando a bola realmente entrou em disputa, depois de 45 minutos de atraso por causa da grade do canal de esporte que transmitira a partida, Neide, que é vendedora e faz parte do grupo de vôlei de Conssol, pôde torcer pelos “meninos de Taubaté”.

Os meninos são os atletas do EMS Taubaté Fuvic que venceu a final da Supercopa de Vôlei de virada na retomada do público às arenas esportivas para a modalidade.

SADA Cruzeiro e EMS Taubaté Fuvic fizeram um jogo digno dos dois melhores elencos da modalidade no país. Os paulistas chegaram a Campo Grande esperando defender o título conquistado na última temporada quando derrotou a própria equipe mineira.

E assim o fez. Em três sets a dois, a equipe do armador da seleção Bruninho e companhia se sagrou a melhor do Brasil, vencendo a Supercopa de Vôlei 2020.

Com parciais de 25 a 19 Cruzeiro, 25 a 21 e 30 a 28 Taubaté no segundo e terceiro sets, e o passeio na quarta etapa por 25 a 14 para os mineiros, levaram o jogo para o tie break.

Partida decidida em 15 a 11 com vitória do Taubaté e para a alegria do campo-grandense, que só então mostrou a verdadeira preferência no set decisivo.

O mais animado era sem dúvida Daniel Palheiros. O técnico de enfermagem apoiou os paulistas do começo ao fim e foi recompensado com a vitória.

“Eu não fiquei com vergonha de gritar sozinho não, a gente vem aqui para torcer, e eu gosto muito de vôlei e acompanho o Taubaté sempre que posso”, conta.

O primeiro set começou tenso e com erros sucessivos de saque até o desafio não decido por impossibilidade de averiguação da imagem.

Até esse ponto o jogo marcava 14 a 11 para o Cruzeiro. Dali para frente, os mineiros controlaram o primeiro set e levaram por 25 a 19.

A segunda etapa começou muito mais disputada até o placar marcar 4 a 4. Daí para frente Taubaté se impôs com uma vantagem de 4 pontos até o tempo técnico pedido pelo Cruzeiro.

Nesta altura o placar marcava 19 a 15. A tendência se manteve na reta final e o set terminou em 25 a 21 para Taubaté. Empatando o jogm em 1 a 1.

O equilíbrio se manteve no terceiro set até o Cruzeiro abrir pequena vantagem de 2 pontos. Quando o placar marcava 13 a 11 para os mineiros, o armador Bruninho teve de deixar a quadra com uma lesão na panturrilha.

Curiosamente, a equipe paulista foi capaz de virar a partida logo após a saída do jogador fechando o set em 30 a 28 e fazendo 2 a 1. Porém, o ímpeto não foi mantido no quarto set e os paulistas foram atropelados.

Esta foi marcada pelo domínio do Cruzeiro, que abriu rapidamente cinco pontos de vantagem, esta logo foi estendida para sete e chegou ao ápice de 11 pontos e assim permaneceu até o fechamento em 25 a 14. Com isso a partida  seguiu para o tie break.

No set derradeiro, a igualdade ficou no placar até o Taubaté abrir 3 pontos de liderança. Com alternâncias, o Curzeiro conseguiu virar para 8 a 7 e sofreu nova virada para 9 a 8. Apartir daí, ois paulistas se distanciaram e levaram a partida fechando o set em 15 a 11.

Fonte: Correio do Estado